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Minha vida, minha história.
" Fiz e faço o melhor que sei, o melhor que posso e o faço até o fim. Se ao final deu tudo certo, não importa o que dizem contra mim ! "
Gilberto Cassiolato, nasci em Casa Branca (SP), no dia 31/10/1931, filho de Fioravante Cassiolato e Anilda Paulina Perrone Cassiolato. Meus avós paternos e maternos vieram da Itália, mas meus pais nasceram em Santa Rosa de Viterbo (SP). A primeira filha - Marina -, também nasceu em Santa Rosa e os outros oitos filhos do casal Fioravante/Anilda nasceram em Casa Branca, onde se estabeleceram com uma " venda " - denominação de certos tipos de comércio àquela época. Trabalhando diuturnamente e com muito sacrifício conseguiram formar todos seus filhos, dando-lhes muito amor, educação, conforto e um futuro promissor para todos. Desses nove filhos - duas mulheres e sete homens -, apenas a Esther não foi esportista praticante, porém, formou-se normalista como primeira aluna da turma, tendo recebido uma cadeira-prêmio para lecionar. Marina, a primogênita, foi rainha estudantil e jogou basquete pelo Tênis Clube de São Paulo. Dos homens - Luis, Germano, José Geraldo, Gilberto, Reinaldo, Antônio Marcos e Sérgio, todos foram destaques em várias modalidades, porém, o maior feito foi no final da década de 50 quando a seleção de basquete de Casa Branca era formada por cinco titulares e um reserva, todos irmãos Cassiolato, filhos do casal Fioravante/Anilda. Meus pais ficavam orgulhosos quando a equipe de basquete entrava na quadra e era aplaudida de pé. Afinal de contas, seis de seus filhos lá estavam representando galhardamente o nome de Casa Branca. Além do basquete, também praticávamos o vôlei, futebol, atletismo, natação, etc.. Àquela época, diferentemente de hoje, os jovens praticavam diversas modalidades de esporte, tanto é que, os atletas mais talentosos eram titulares das seleções de suas cidades em modalidades diferentes, como basquete, vôlei, futebol, atletismo, etc.
H I S T Ó R I C O
Boa parte da minha existência eu a dediquei quase que exclusivamente às atividades esportivas.Passada a fase de esportista praticante dei meus primeiros passos como dirigente, administrando uma "Escolinha de Futebol" por mais de duas décadas. Neste período, paralelamente à minha criação de pombos-correio, eu mantinha um grupo de 150 garotos na faixa etária dos 8 aos 17 anos de idade. Essa garotada, maioria de origem humilde, estava distribuida em cinco categorias. Normalmente, durante dez meses do ano (fevereiro a novembro), disputávamos campeonatos municipais e regionais com todas as categorias (fraldinha, dentinho, dente de leite, dentão e sub 17), com realização dos jogos aos sábados e domingos. Como adepto e seguidor da máxima de Pitágoras (filósofo e matemático grego) "Educando a criança de hoje, não precisaremos castigar o homem de amanhã", procurei dar aos meus alunos uma orientação saudável e didática. Prioritariamente, preocupava-me com o ser humano e com sua formação moral e ética. A outra parte do meu trabalho voluntário de iniciação esportiva para crianças e adolescentes eu a executava três dias por semana, ministrando-lhes treinamentos físicos, técnicos e táticos. Por mais de duas décadas, de acordo com as possibilidades e conforme era meu objetivo, graças a Deus, consegui bons frutos, tanto pelo lado humano, como também, pelo lado profissional. Dentre os mais talentosos consegui encaminhar diversos garotos para o futebol profissional. Além dos que jogaram em clubes brasileiros, seis deles foram contratados para jogarem em Portugal, Rússia e Croácia. Nesta minha longa caminhada, sem pretensões à "garimpeiro" de talentos da bola, a grosso modo, entre garotos e adolescentes, no mínimo, dois mil alunos passaram pela minha modesta "Escolinha de Futebol" que, aliás, quase que totalmente, funcionava às minhas expensas. De extra, eu conseguia o campo para treinar, jogar e a Prefeitura emprestava-me um ônibus para as viagens. Além do sucesso futebolístico de alguns garotos, existe um outro lado dessa história que me deixa feliz e orgulhoso: quando do reencontro com alguns deles e, ao cumprimentá-los, sinto-me abraçando professores, advogados, ou trabalhadores bem sucedidos em outras atividades profissionais. Apesar das dificuldades inerentes a essa espinhosa missão de lapidar e encaminhar jovens para a vida em comunidade, eu me ufano do trabalho que desenvolvi. Foi gratificante ! Por motivo de força maior encerrei a carreira de técnico voluntário (sem remuneração) da Escolinha do Gepeto, voltando a me dedicar com mais eficiência à uma outra paixão: pombos-correio. Tudo recomeçou em 2003, graças ao amigão Valter Fidelis, que me "carregou" para assistir o Columbódromo de Barbacena-MG. À semelhança do hospedeiro da Herpes Zoster, o "virus" do pombo-correio voltou às minhas entranhas, injentando-me novo alento para recolocar meus atletas alados em atividade e a participar de campeonatos e columbódromos. Em 2004, pela primeira vez participei de um columbódromo, em Brasília, colocando dois filhotes na prova final. Para mim, foi o máximo. Daí para frente não parei mais e marquei presença em todos os columbódromos, minis e nos GPs. Sinto-me satisfeito com o desempenho dos meus pombos, pois conquistaram 2º, 3º, 4º, 5º, e outras colocações, em vários columbódromos, enfrentando as melhores linhagens do Brasil. O que me deixa mais envaidecido é que em todas essas provas finais os meus pombos chegaram no bando da frente e só não foram campeões porque não foram os primeiros a tocar seus pés na antena das entradas eletrônicas. Estou feliz, mas acho que ainda tenho muito a aprender com os grandes columbófilos. Infelizmente, a minha luta maior é contra o relógio, o tempo passa... a vida continua, e o RG vai amarelando, amarelando, até descolorir-se totalmente. Concluida a missão com os garotos da "Escolinha de Futebol", procurei algo mais para completar o dia-a-dia com os meus queridos atletas alados. Neste ínterim, meu filho Gilberto Carlos "Pitty", formado em Análise de Sistemas presenteou-me com um computador, exigindo que eu me dedicasse, também, à informática. A partir de então, "catando milho" no teclado, morosamente, fui evoluindo, evoluindo, até "cair a ficha" e surgir uma nova idéia: criar um Informativo Esportivo, que passei a digitar, escanear, copiar, editar e imprimir na minha impressora comum, da marca Epson. Mensalmente, imprimia e distribuia - gratuitamente - 150 exemplares. Um trabalho verdadeiramente artesanal.
Caderno Esportivo Chuta-pé
Após decidir-me pela criação de um Informativo Esportivo mensal, meus pensamentos começaram a folhear as páginas de um passado não muito distante, mostrando-me passagens marcantes, tendo como cenário central, gloriosas histórias do esporte casabranquense. Visando deixar o Informativo mais atraente e diversificado, acrescentei páginas de curiosidades, de humor e de fatos, feitos e fotos. Só faltava dar-lhe um nome. Foi fácil, rápido e rasteiro: Chuta-pé. Certas coisas marcam demais em nossas vidas... Quando meu filho primogênito - Mário Marcos - já participava dos folguedos próprios da idade, pois tinha dois anos, gostava muito de brincar com uma bola de borracha que havia-lhe presenteado. Aliás, muitíssimo natural que um pai, membro de uma família toda de esportistas natos, desse uma bola de presente a seu filho. Em sendo um dos seus brinquedos favoritos e sempre que o tempo estava disponível, ele me chamava no quintal para brincar com a bola. A brincadeira constava do seguinte: ele mandava que eu me distanciasse uns três metros e chutava a bola para mim, para que eu a devolvesse, dizendo - " papai, chuta-pé... papai chuta-pé ", querendo dizer que eu lhe devolvesse a bola com o pé. Nesses diálogos com os filhos, geralmente, somente nós, os pais, entendemos perfeitamente o que os nossos filhos querem nos comunicar. Por isso, Caderno Esportivo Chuta-pé. Meu Deus, Senhor, quanta saudade...